sexta-feira, 30 de julho de 2010

Chillibean,

(já tenho medo de nunca conseguir te chamar de outro jeito)

Estava eu aqui folhando uma revista de decoração de quartos infantis. Estou pensando no teu enxoval, nas cores das tuas almofadas, nas tuas cortinas. Preciso estar preparado para qualquer sugestão que tua mãe precise.
Enquanto isso, teu pai inicia uma grande reforma para tua chegada. Vai derrubar paredes para garantir que teu quarto tenha luz o suficiente e que o entra-e-sai dos gatos não atrapalhe teu sono.
Nisso percebo que ser pai é algo muito maior do que posso entender. Para mim, tu serás sempre um bebê que precisa de almofadas coloridas. Para teu pai, tu já és uma criança que vai correr por uma casa espaçosa.
Caro, Chilli, esse é o teu pai. Um homem que derrubará paredes por ti.
E este é o teu tio, um homem com uma queda brega para clichês e que gosta de metáforas.
Por isso, vamos desde logo deixar alguns pontos claros na nossa relação.
Minha função, agora e sempre, será te amar incondicionalmente e te mimar. Farei – muitas vezes inconsequentemente - as tuas vontades e caprichos. Mas há duas exceções. Não negocio a alimentação (comerás de tudo, de todas as cores e texturas). E, mais importante: em qualquer situação, teus pais terão sempre razão.
Porque, enquanto eu me ocupo da ilusão de fazer tua vida mais bonita, eles se empenham em fazer o que é melhor para ti.
E, saiba sempre, eles são realmente bons nisso.

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